Bem, cá estava eu, fazendo um google por uma informação simples: quando que os malditos vão inaugurar a estação Tamanduateí da linha verde de metrô, que faz integração com a tinha de trem do ABC e irá diminuir minhas viagens pra visitar a turma de Camilópolis pela metade?
Já a resposta, por sua vez, foi praticamente impossível de achar. Que me levou a pensar: pô, liga você mesma na assessoria do Metrô e pergunta. (Meu status de jornalista-ainda-não-formada-e-ainda-com-pouca-experiência me impedem de considerar essa atitude algo normal.)
E PUBLICA! Sim, porque uma coisa linda que a Web 2.0 nos deu foi a possibilidade de fazer isso que estou fazendo agora: publicar pra todo mundo ler as baboseiras nas quais penso a todo momento. E essa democratização dos meios de comunicação há tempos é aclamada como algo revolucionário, algo que vai mudar a forma como fazemos jornalismo e nos informamos.
Como diz um tal “futurista” de uma matéria que eu estava lendo hoje, no futuro, o jornalismo será “cada vez mais crowdsourced” para “hordas de amadores, sob a supervisão de profissionais”. (Lembrando que crowdsourcing deriva da mesma noção que outsourcing, ou terceirização.)
Tá, a idéia do cara até que não é não-interessante. Com certeza é menos distópica que a maioria das que dizem que o jornalismo vai morrer e o jornalista com ele. (O “futurista” também diz que a boa reputação de muitos jornalistas especialistas em suas respectivas áreas continuarão tendo o respeito e público dos leitores – o que deixa pouco espaço pros jornalistas que não são TOP ou famosos, mas aí é outra história…)
Mas uma coisa que me incomoda um pouco nesse furor todo gerado entorno de coisas como a “Revolução do Twitter” do Irã é que ela só leva em conta a produção de conteúdo próprio do internauta, geralmente (pelo menos no modelo atual) pra que esse trabalho seja usado gratuitamente por “profissionais”. Quer dizer, ainda vivemos um momento de mediação, e por enquanto não vejo muito um movimento para sair desse mindset.
Porque, pra mim, essa revolução só será realmente democrática a partir do momento em que se tornar HÁBITO do leitor BUSCAR a informação, ao invésde esperar que ela chegue até ele – algo que continua acontecendo mesmo com novas ferramentas como Facebook, Twitter, etc. Não há nada de revolucionário nisso. Revolucionário é o leitor perceber, não só que qualquer um pode publicar, mas que qualquer um pode dar um google, pegar o telefone, ligar pra uma fonte, seja assessoria de imprensa ou o CEO da companhia, pegar a informação e repassar ele mesmo.
E isso não depende de uma ferramenta revolucionária. Depende de uma revolução do pensamento.