Monday 25 May 2009

Three texts, trois langues, três formas de ver o futuro do jornalismo

Dia lerdo no trampo já que os gringos estão de férias e tudo o que eu faço aqui é traduzir as notícias deles, portanto, passei o dia lendo links do Twitter e me deparando com um dia de reflexão sobre o jornalismo e os meios de comunicação - acho que foi uma forma de reparar minha ausência na Semana de Jornalimo da PUC hoje...

First: The New Socialism: Global Collectivist Society Is Coming Online

Nem tanto sobre jornalismo, mas como a Web está mudando a forma que as pessoas interagem e como o "sonho" socialista está mudando - finalmente! Ainda não consegui terminar de ler esse texto, mas a análise é interessante (um tanto anti-comunista, eu senti). Parece um pouco minha aula de Processos de Comunicação e Jornalismo Alternativo (ou, em sua alcunha menos pomposa, Mídiativismo).

[EDIT: 27/05 19:04 Debate de hoje sobre a Lei Azeredo me fez lembrar que esse ideal da Web que nós temos não é compartilhado por todos. E, enquanto isso não acontecer, continuaremos sofrendo com as leis de velhos rabugentos conservadores que nada entendem da Internet...]

Seconde: Les forçats de l'info

Preciso muuuito traduzir essa matéria! Ou então, fazer uma versão brazuca. É sobre as condições precárias de trabalho dos jornalistas jovens, que acabam trabalhando como terceirizados em sites copiando e colando notícias o dia inteiro. Mas ainda são otimistas sobre as possibilidades do jornalismo com a Internet. Algumas frases que eu achei impactantes (desculpem-me a péssima tradução do francês):

É o caso de uma jovem de 24 anos, que trabalhou de 2006 a 2008 sob um contrato de profissionalisação [acho que é um tipo de 'contrato de aprendiz' dos gringos] no site Nouvelobs.com [da revista Nouvel Observateur]. Ela descreve um trabalho desleixado, o copia-e-cola de despachos das agências "reformulando apenas um pouco, sem jamais verificar, falta tempo".
***
"A maioria de nós somos inexperientes e não fizemos escola de jornalismo," ela lembra. "Se você quer fazer uma ligação para verificar a informação, eles até deixam. Mas não é o que pedem de nós. O mais importante é fazer o trampo o mais rápido possível."
***
Ela sofre, diz ela, pela indiferença dos jornalistas da revista impressa em relação aos jornalistas do site.
***
Um grande número de jornalistas da antiga geração começaram suas carreiras re-escrevendo notícias de agências [all this sounds extremely familiar...]. Mas, ao ouvirmos os jovens jornalistas da Web, há um estresse próprio da mídia Internet. "Ao contrário dos jornalistas de impresso, nós não somos parados pela demora do fechamento," sublinha Cécile Chalençon, jornalista do site 20minutes.fr. "Nem se compara, nós não podemos parar nunca. Nós funcionamos no modelo da rádio, transmitindo um fluxo contínuo de notícias, mas sem os mesmos meios financeiros nem os mesmos quadros de funcionários."
***
"No trabalho ou em casa, fico com as mesmas janelas abertas na tela," diz um jovem jornalista que trabalha no site de um jornal. "Estou sempre conectado ao Gmail, Facebook e Twitter. É o meu método de trabalho. Eu gero minha vida privada e minha vida profissional ao mesmo tempo..."
***
"Exigem de nós saber escrever, fazer um vídeo, uma foto, som, montagem. E quando pedimos um aumento, a resposta é sempre a mesma: Internet não ganha dinheiro!" lamenta Sylvain Lapoix. No entanto, o jornalista do site Marianne2 defende com unhas e dentes sua profissão, injustamente atacada, para ele. "Nós levamos para a demonização total," reclama. "A Internet é muitas vezes apresentada com algo perigoso, um transmissor de boatos. Nós nos consideramos escritores/burocratas [muitas traduções, não sei dizer], enquanto o jornalismo na Internet tem um potencial enorme. É rico, variado, criativo..."
***
"Antigamente, os estudantes de jornalismo sonhavam em trabalhar no jornal Libération," resume Sylvain Lapoix. "Hoje, eles querem trabalhar no site Rue89. Conheço uma dezena de intelectuais precários que estão prontos pra correr atrás de uma matéria, de graça, para o Rue89, por nada mais do que poder ver seu nome na tela e criar um buzz..."

***
Vistos desse ângulo, os dias se alongam, [les veilles] e os baixos salários serião o preço a pagar pelo lazer de inovar.
***
"A geração de 30-40 anos teve o bloqueio da geração de '68," crê Vincent Glad, 24 anos. "Nós não temos 'irmãos mais velhos' na profissão. Ninguém para nos defender, ninguém para imitarmos. Nós estamos criando uma nova profissão."
***
Escravos, especializados na Web? Sem dúvida, mas consentidos, na maioria. E se eles sentem pesar sobre as costas os olhares desdenhosos ou de pena de seus colegas do impresso, se consolam dizendo para si que o futuro lhes pertence.

(Acabei traduzindo a matéria quase inteira :S)

[EDIT: 27/05 00:29 Esse texto diz tudo que o idiota do Estadão não disse na mesa de "Desregulamentação da profissão de jornalista e precarização do trabalho" da Semana de Jornalismo - se bem que ele também não falou NADA sobre o tema da mesa, convenhamos...

EDIT: 27/05 19:17 O Rue89 - que é meu ideal de jornalismo e de Web - publicou um artigo contra essa matéria, que eu posso talvez traduzir em um futuro distante...]

E, por último: Nem me falem em salvar o jornalismo

Acho que tenho que ler mais desse blog. O texto em si não fala muita coisa, nem vai muito fundo, mas coloca um argumento novo na discussão, então...

Também saíram algumas coisas sobre o assunto, de uma forma mais redentora - por razões óbvias -, diremos, no Estadão...

E viva o janelismo livre!

No comments: